domingo, 17 de julho de 2011

Segunda “grande”Expedição Náutica - Marina Santo Antônio

Saida: 03/03/2011

Chegada: 07/03/2011

Aproveitando o feriadão de carnaval, combinamos uma nova velejada entre os veleiros que ficam
sediados na Marina Santo Antônio, bem como outros que desejem participar.

Resolvemos ir novamente para Porto Belo, porém agora fazendo um pernoite em Ganchos.

Como nem todos poderiam sair na quinta-feira, fizemos uma saída em duas etapas. O Acquaviva,
Gabiroba e Free flap saíram na quinta e os demais na sexta.

O dia estava bom, com ventos de Sul e Sudeste de fracos a moderados, o que possibilitou uma boa
velejada. Saímos de Santo Antônio e fomos primeiramente até a saída da barra norte de Florianópolis
onde entramos no mar aberto e fizemos rumo à ponta de ganchos.

O mar estava calmo e assim fizemos uma boa velejada. No Veleiro Gabiroba, do comandante Brito
estava também o amigo Luiz ( veleiro Bayard) e no Free Flap o Rubens e Alicia, sua esposa e no
Acquaviva o Nei.

Quando chegamos à ponta de ganchos e começamos a entrar na baia de tijucas, o Comandante Brito, no
seu Gabiroba, novamente foi o nosso líder, pois existem pedras próximos da costa nesse trecho e , por
medida de segurança deve-se fazer uma volta por fora, para depois entrar em Ganchos.

Eu possuo o Gps map que tem instalado as cartas náuticas da região, aparelho muito útil para
navegação e, principalmente na entrada de ancoradouros, pois nos dá todas as informações necessárias,
como pedras, baixos, canais, locais de ancoragem etc e fui assim acompanhando o trajeto.

Lá pelas 15h chegamos a Ganchos, um lugar super protegido dos ventos do quadrante Sul. Ancoramos
próximos da vila, com águas super calmas.

Depois fomos eu e o Luiz a terra para comprarmos pão e gelo e também aproveitamos para tomar um
café e fazer um lanche numa padaria. A vila de Ganchos é um local muito calmo com vários barcos de
pesca em sua pequena enseada.

Retornamos aos barcos, descansei um pouco, li e a noite fui até o Gabiroba comer uma deliciosa
macarronada com carne moída, feita pelo Brito, além é claro de tomar umas geladas. Batemos um bom
papo até lá pelas 22h e depois nos recolhemos, pois pretendíamos sair cedo na sexta.

Acordamos cedo e às 8h já estávamos de saída, pois pretendíamos encontrar os outros três veleiros na
ilha do amendoim. O Tom,( Comandante Luiz), o Images (comandante Marcelinho) e o Samoa Vinicius
(Comandante Luiz)que tinham pernoitado na praia de Magalhães e já tinham saído cedo rumo também
ao amendoim.

O dia também estava bonito, com ventos favoráveis e ondas de 1 metro, o que possibilitou uma bela
velejada.

Na ilha do amendoim encontramos os outros veleiros e a partir dali a flotilha estava completa. Passamos
por Mariscal, Ponta de Bombas, Bombinhas e Bombas e logo estávamos passando pelo través da ponta
de Porto Belo, entrando assim em sua baia.











Passamos primeiro pelo Caixa D’ço, aonde vimos pouquíssimos barcos ali ancorados, apesar de ser já
uma sexta-feira de carnaval e diferentemente da outra vez em que ficamos ancorados mais próximos do
flutuante do João de Deus (perto do Iate clube de Porto Belo),preferimos ir mais para o centro da cidade
de Porto Belo e ancoramos os 6 veleiros mais próximos possível do trapiche principal da cidade, com
profundidade de 2,3 metros,pois a maré ainda estava baixando. Assim ficaríamos mais próximos do
supermercado, bares, restaurantes, bem como da praça central da cidade.

Em Porto Belo já estavam nos esperando a minha esposa Lélia e a esposa do Comandante Marcelinho,
Valquíria e sua filha Bruninha, que vieram de carro. Fomos a terra buscá-las.

Logo que se chega a algum ancoradouro são necessários vários preparativos nos barcos, tais como
colocar os botes na água, colocar os toldos para proteção do sol e chuva dentre outros para que
possamos depois ficar mais bem acomodados a bordo. Desta vez todos os seis veleiros possuíam botes
infláveis com motores o que facilita muito nosso deslocamento a terra.

Enquanto ainda estávamos nessa empreitada de arrumação de chegada, o Luiz (Samoa Vinicius ) nos
chama avisando que o veleiro tinha encalhado com a maré baixa. Fomos todos até lá tentando ajudar
o desencalhe, mas não teve jeito devido ao seu grande peso. Como o Luiz não tinha levantado a quilha,
o que diminuiu em muito o seu calado, o jeito era esperar até a madrugada quando a maré voltaria a
subir.

E assim foi feito. Só que agora ele aproveitou a subiu a quilha para evitar novo encalhe.

Na sexta-feira a noite fomos ao centrinho de Porto Belo comer uma deliciosa pizza e depois aguardar na
praça o desfile de escolas de samba.

Acontece que lá pelas 22h caiu uma chuva muito forte, nos obrigando a ficar embaixo de uma marquise
até que a mesma desse uma folga para podermos voltar aos barcos. O desfile de carnaval vai ficar para
uma próxima oportunidade.

Voltamos aos barcos e ainda choveu por um tempo, com bastante intensidade, mas depois acalmou a
chuva e a noite foi tranqüila.

No Sábado o dia ficou livre para que cada um fizesse o que desejasse. O Gabiroba foi dar uma velejada
pela região de Itapema e os demais ficaram ancorados.

Ainda pela manhã, enquanto o Marcelinho e o Luiz (Samoa) foram em terra me pareceu que o veleiro
Images estava garrando (saindo do lugar onde estava ancorado).

Resolvi esperar mais um pouco, pois poderia ser impressão minha, mas logo a Lélia me chama dizendo
que o Images estava próximo demais do Samoa Vinicius, podendo se chocar. A bordo estavam a
Valquiria e Bruna, mas não possuem conhecimento suficiente para manobrar o veleiro.

Peguei então o meu bote e fui até lá. Primeiro evitei o choque com o outro veleiro e depois de apanhar
um pouco, consegui ligar o motor e daí levantar a ancora para nova ancoragem.

Quando levantei a ancora observei uma coisa interessante, pois a mesma tinha a sua corrente presa a
uma das hastes, o que tirou toda a ação de unhar no fundo.

Para nós foi um fato inusitado, mas depois nos disseram que não é tão difícil de acontecer quando se
deixa o barco ancorado por mais tempo. Ele gira durante a noite e pode acontecer isto.

O ideal é que se observe de vez em quando para ver se a ancora está bem unhada ( firme no fundo).

Tal fato aconteceu logo depois com outro veleiro da flotilha (Free Flap).

Depois desses fatos passamos o resto do sábado tranqüilos. Alguns aproveitaram para limpar o casco
dos seus veleiros.

À noite fomos a terra tomar uns chopps e comer uns aperitivos no Botequim Du Cais, bar localizado em
frente ao trapiche municipal de Porto Belo e depois retornamos aos barcos, já que a maioria desejava
retornar para Floripa no domingo pela manhã.

Acordamos cedo, pois tínhamos combinado iniciar o retorno lá pelas 8h. Levamos a Lélia, Valquiria e
Bruninha a terra, já que elas iriam de carro até a praia de Magalhães onde nos esperariam.

Depois das arrumações de praxe, como tirar os toldos, colocar os botes infláveis para cima do veleiro,
amarrar bem os motores de popa, saímos do centrinho de Porto Belo com rumo à praia do Magalhães.

Inicialmente fomos a motor, passando pelo Caixa d’aço e logo chegamos na ponta de porto belo. Ao
passar por essa ponta o vento que era de S SE apareceu com mais força o que possibilitou desligarmos
os motores e irmos somente a vela. O Acquaviva fazia mais de 6 nós de velocidade. Era muito bonito
olhar 7 barcos velejando juntos , pois na saída de porto belo um outro veleiro nos acompanhou por um
trecho (eram argentinos).

Como o vento era contrário tomamos um rumo mais para fora , pois nossa intenção era ir além da ilhas
das galés e mais tarde cambarmos os barcos ( mudar de rumo) e irmos direto para a entrada da baia
norte de Fpolis.

Estava tudo muito bom até chegarmos próximos da ponta de bombas, quando o vento apertou muito,
dificultando nossa navegada. Os barcos balançavam muito e os menores, que possuíam motor de popa
teriam mais dificuldades ainda no caso de precisarmos motorar.

O Acquaviva, o Samoa Vinicius, tom, free flap e o gabiroba estavam mais para fora com rumo nas galés,
porém o mar piorou e resolvemos então cambar com rumo a ilha do amendoim, pois parecis que o mar

estava mais calmo na costa, onde os morros protegiam do vento.

Fiz esta manobra e o Acquaviva realmente melhorou muito a navegação, ficando mais confortável e fácil
de manobrar.Os outros comandantes também fizeram o mesmo e logo estávamos todos mais próximos
da costa indo direto para as ilha do amendoim, agora a motor, pois íamos contra o vento.

Com estas manobras e também devido aos diferentes tipos de motores, alguns foram mais adiante e
outros ficaram um pouco para trás, como o Freee Flap e o tom.

Pedimos então que o Samoa Vinicius, maior barco da flotilha, voltasse um pouco e ficasse
acompanhando os dois de perto.

Logo que o Acquaviva e o Images passaram a ilha do amendoim notaram que o mar ficou mais revolto
novamente, pois agora estávamos atravessando a baía de Tijucas, novamente com vento de frente e
sem a proteção dos morros. Apesar disso a navegada foi tranqüila, apenas com os barcos balançando
bastante, mas sem qualquer perigo a navegação.

Somente quando chegamos próximos da ponta de ganchos é que o vento acalmou novamente e o mar
ficou um pouco mais liso, possibilitando uma navegada mais tranqüila, desta vez até a entrada da baia
norte.

Os três veleiros que vinham mais atrás ( Samoa Vinicius, free flap e tom) ao passarem pela ilha do
amendoim aconteceu um fato inusitado que foi a chegada de um Jet ski próximo ao veleiro Tom e ali
ficou de papo com o comandante Luiz querendo saber como era a navegação num veleiro, de onde
vinha e para onde ia etc. Coisa hilária o Tom manobrando por causa da vento, mar mexido e próximo da
costa com um Jet ski ao seu lado querendo conversar.

Depois dessa etapa todos conseguiram chegar são e salvos à praia do Magalhães, onde nossas esposas
já nos esperavam. Novamente as arrumações costumeiras e depois fomos todos a terra comer alguma
coisa no restaurante Casa Nova, pois a fome era grande. Comida boa e barata.(filé de peixe a milanesa,
peixe ensopado, carne assada, arroz, feijão, salada e batata frita.)

Na segunda de manhã as mulheres foram de carro para Floripa ,pois a Lélia iria preparar uma feijoada
na terça de carnaval na marina e tinha que comprar os ingredientes.

À tarde fomos também para a casa dos nossos veleiros, a marina santo Antônio. Navegada tranqüila e
curta e logo nossos veleiros estavam em suas poitas.

Assim completamos mais uma velejada com o pessoal da marina e amigos com total sucesso e
segurança. Obrigado Senhor Deus por nos permitir realizar mais uma navegada e retornar com
segurança para nossas casas.

Texto escrito por Nei Luiz Bittencourt